APRESENTAÇÃO

Prezados amigos e amigas,

Em primeiro lugar sejam muito bem-vindos ao nosso blog.

Essa nossa iniciativa tem por finalidade ser um canal de comunicação com todos aqueles que se interessarem e quiserem trocar idéias sobre diversos assuntos ligados à nossa querida Igreja Católica (sua doutrina, assuntos polêmicos, estudo e formação etc).
Vamos juntos alicerçar a nossa fé, naquele que é " O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Fiquem com a Paz de Jesus Cristo e o Amor de Nossa Senhora.

Um grande abraço a todos.

José Vicente Ucha Campos
Contato: jvucampos@gmail.com

sábado, 30 de julho de 2011

ENCÍCLICA PAPAL

P: O que é uma Carta Encíclica ou Encíclica Papal ?
R: A Carta Encíclica1, ou apenas vulgarmente chamada Encíclica (Litterae Encyclicae2 ) é uma circular papal, um documento pontifício3 , dirigido aos Bispos de todo o mundo e, por meio deles, a todos os fiéis.
A encíclica é usada pelo Papa para exercer o seu magistério ordinário .

Geralmente as encíclicas se dirigem aos Patriarcas, Arcebispos, Bispos, Presbíteros, Filhos e Filhas da Igreja, os fiéis; todavia o círculo pode-se alargar para compreender todo o "homem de boa vontade".

Trata de matéria doutrinária em variados campos: fé, costumes, culto, doutrina social, etc.

A matéria nela contida não é formalmente objeto de fé. Mas, a ela, se deve o religioso obséquio do assentimento exterior e interior. Logo, uma "encíclica não define um dogma, mas atualiza a doutrina católica através de um ensinamento ou um tema da atualidade e é vista como a posição da Igreja Católica sobre um determinado tema. Normalmente, uma encíclica é designada pelas suas primeiras palavras a partir do texto em latim" .

Exemplos de encíclicas: "Rerum Novarum" (Papa Leão XIII) sobre a questão operária; "Casti Connubil" (Papa Pio XI) sobre a moral conjugal; "Mediator Dei" (Papa Pio XII) sobre Liturgia; "Humani Generis" (Papa Pio XII) sobre alguns erros que ameaçam a fé; "Laborem Exercens" (Papa João Paulo II) sobre o trabalho humano; "Fides et Ratio" (Papa João Paulo II) sobre as relações entre fé e razão; "Non abbiamo bisogno" (Papa Pio XI) sobre o fascismo e "Mit brennender Sorge" (Papa Pio XI) sobre o nacional-socialismo; etc.

As encíclicas que o Papa Bento XVI escreveu foram "Deus Caritas Est", "Spe Salvi" e "Caritas in Veritate".

O Papa Francisco tinha escrito, até o momento, a encíclica "Lumem Fidei".

Referências:

1 . O temo Carta Encíclica é reservado aos escritos papais, ao passo que os demais Bispos escrevem Cartas Pastorais .

2 . Em latim distinguem-se "Litterae Encyclicae" (Carta Encíclica) e "Epistula Encyclica" (Epístula Encíclica). Esta última tem destinatários mais restritos e conteúdo menos importante. O termo "Epistola Encyclica" parece ter sido introduzido pelo Papa Bento XIV (1740-1758). 

3 . O termo Documentos Pontifícios refere-se aos documentos e decretos utilizados pelo Papa, sendo "todos importantes", e "exigem respeito e acatamento", tratando sobre assuntos doutrinários, disciplinares, governamentais e etc, sendo "designados por diversos nomes", tais como: Bula, Carta Encíclica (Social, Exortatória ou Disciplinar), Encíclica Epístola, Motu próprio, Breve, Constituição, Exortação e Carta Apostólica. Todos os documentos pontifícios oficiais são nomeados por "incipit" (palavra latina que corresponde à 3 ª pessoa do singular do verbo ''incipěre : "iniciar, principiar"e consiste nas primeiras palavras de um texto literário. Na Idade Média, era comum o incipit ser escrito com um tipo de letra diferente do restante do texto do livro) e escritos em latim, e aparecem no L'Obsservatore Romano, jornal diário oficial da Santa Sé e também na Acta Aposrolicae Sedis, jornal periódico oficial da Santa Sé, conforme o Cânon 8 do Código de Direito Canônico.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DOGMAS MARIANOS

P: Quais são os dogmas marianos?
R:
Os dogmas marianos são quatro:


1 - Maria, Mãe de Deus.

O Concílio de Éfeso (431), sob o Papa São Clementino I (422-432), definiu solenemente que: “Se alguém afirmar que Cristo não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado”. (Dz.113).


Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido, não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.

Nas Sagradas escrituras existem diversas passagens que ratificam esse dogma. Vejamos:

Is 7,14 : “Eis que uma virgem conceberá e dará a luz a um filho e o chamará Deus conosco”.
Lc 1,31 : “Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus”.
Lc 1,35 : “O anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”.
Gl 4,4 : “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher...”

2 - A Virgindade de Maria.

Em sentido próprio é a integridade física dos órgãos reprodutivos. Muitas vezes a virgindade de Maria foi atacada pelos hereges. É verdade da fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.


No Símbolo Apostólico se diz: “Nascido de Maria Virgem”; nas antigas liturgias é frequente o título de Maria sempre virgem. No Concílio Romano do ano 649, se define Maria Imaculada, sempre virgem, que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do parto.

Na Sagrada Escritura, temos o famoso trecho de Isaias 7,14, conforme descrito acima. O texto é certamente messiânico e portanto a Virgem é Maria. No Evangelho cita-se esta profecia (Mt. 1,18-23) e se conta com exatas palavras o nascimento virginal de Jesus, por obra do Espírito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de Ez. 44,2, veja a virgindade de Maria depois do parto: “este pórtico ficará fechado. Não se abrirá e ninguém entrará por ele, porque por ele entrara Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecerá fechado”.

Toda a Tradição é concorde em defender a virgindade perpétua de Maria: Santo Agostinho afirma: “A Virgem concebeu, a Virgem ficou grávida, a Virgem deu a luz, a Virgem é virgem perpétua”. A razão teológica deste dogma é clara e tão simples, ela está na divindade do Verbo e na maternidade de Maria, ao qual repugnou toda a corrupção.


3 - A Imaculada Conceição de Maria.

O Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1854 definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis”. (Dz. 1641).


Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem mancha alguma de pecado. E como foi concebida sem pecado:

- Ausência de toda mancha de pecado.
- Lema da graça Santificante.
- Ausência da inclinação para o mal.

Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem Maria, e a nenhum outro ser humano, em atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.

Em previsão dos méritos de Cristo, porque a Maria, a Rdenção foi aplicada antes da morte do Senhor.
As Sagradas Escrituras nos revelam passagens a esse respeito:

Gn 3,15 : “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”.
Lc 1,28 : “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”.
Lc 1,42 : “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!”

4 - A Assunção de Maria.

O Papa Pio XII, na Bula “Munificentissimus Deus”, de 1 de novembro de 1950, proclamou solenemente o dogma da assunção de Maria ao céu: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta em corpo e alma à glória celeste”. (Dz. 2333).


A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição.

O essencial do dogma é que a Virgem Maria foi levada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dotes próprios da alma dos bem-aventurados e igualmente com todas as qualidades próprias dos corpos gloriosos.

Se entende melhor tudo ao recordar:

- Maria foi isenta de pecado original e atual.
- Teve a plenitude da graça.

Fundamentos desse dogma:

Desde os primeiros séculos foi um sentir unânime da fé do povo de Deus, dos cristãos. Os Santos Padres e Doutores, manifestaram sua fé nesta verdade:

• São João Damasceno (séc.VII): “Convinha que aquela que no parto havia conservado a íntegra de sua virgindade, conservasse sem nenhuma corrupção seu Corpo, depois da morte”.

• São Germano de Constantinopla (séc. VII): “Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele”.

A assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.

Nossa Senhora quando terminou a sua missão aqui na terra tinha por volta de 72 anos, conforme a opinião mais comum.

A sua “morte” foi suave, chamada de “dormição”.

Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a “dormição” de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio Aeropagita, discípulo de São Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.

Diversos Santos Padres da Igreja, contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-Aventurada Virgem Maria.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

ECUMENISMO

P: O que é ecumenismo?
R:
 Para responder a essa pergunta, primeiramente precisamos conhecer e entender que a Igreja Católica é UNA - SANTA - CATÓLICA e APOSTÓLICA.


A IGREJA É UNA:


«O SAGRADO MISTÉRIO DA UNIDADE DA IGREJA» (CIC:266)

(CIC:813) A Igreja é una, graças à sua fonte: «O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo» (267). A Igreja é una graças ao seu fundador: «O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo» (268). A Igreja é una graças à sua «alma»: «O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja» (269). Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una.

(817) De fato, «nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém, surgiram dissensões mais amplas. Importantes comunidades separaram-se da plena comunhão da Igreja Católica, às vezes por culpa dos homens duma e doutra parte» (275). As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (a saber: a heresia, a apostasia e o cisma) (276) devem-se aos pecados dos homens:

«Ubi peccata, ibi est multitudo, ibi schismata, ibi haereses, ibi discussiones. Ubi autem virtus, ibi singularitas, ibi unio, ex quo omnium credentium erat cor unum et anima una — Onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há virtude, aí se encontra a unicidade e aquela união que faz com que todos os crentes tenham um só coração e uma só alma» (277).

(818) Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé recebida no Baptismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com o nome de cristãos e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor» (278).

(819)  Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, «muitos elementos de santificação e de verdade» (279): «a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis» (280). O Espírito de Cristo serve-Se destas Igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos estes bens provêm de Cristo e a Ele conduzem (281) e por si mesmos reclamam «a unidade católica» (282).


A CAMINHO DA UNIDADE - VONTADE DE DEUS

(820) A unidade, «Cristo a concedeu à sua Igreja desde o princípio. Nós cremos que ela subsiste, sem possibilidade de ser perdida, na Igreja Católica, e esperamos que cresça de dia para dia até à consumação dos séculos» (283). Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade. Mas a Igreja deve orar e trabalhar constantemente para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Foi por esta intenção que Jesus orou na hora da sua paixão e não cessa de orar ao Pai pela unidade dos seus discípulos: «...Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17, 21). O desejo de recuperar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito Santo (284).

 (292). Mas também se deve «ter consciência de que este projeto sagrado da reconciliação de todos os cristãos na unidade duma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e capacidades humanas». Por isso, pomos toda a nossa esperança «na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai para conosco e no poder do Espírito Santo» (293).

A igreja UNA, é representada pela figura de uma árvore que dá frutos, onde Jesus é o tronco (o caule) e nós somos os ramos. Ou ainda, que fazemos parte do mesmo corpo místico de Deus, onde Jesus é a cabeça e nós somos os membros.


A IGREJA É SANTA:

(823) «A Igreja é [...], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus» (294). A Igreja é, pois, «o povo santo de Deus» (295), e os seus membros são chamados «santos» (296).

(824) A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n'Ele toma-se também santificante. «Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, (297) para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus». É na Igreja que se encontra «a plenitude dos meios de salvação» (298). É nela que «nós adquirimos a santidade pela graça de Deus» (299).

(825) «Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade» (300). Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: «Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho» (301).

(826) A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados: «É ela que dirige todos os meios de santificação, lhes dá alma e os conduz ao seu fim»(302).

Essa condução para a santidade do povo de Deus, que é a sua igreja, vem desde o início, quando em Levítico 19,1-2, Deus fala a Moisés: "Diga a toda a comunidade dos filhos de Israel: Sede santos, porque eu, Javé, o vosso Deus, sou santo."
E o próprio Jesus nos fala em Mateus 5,48: "Sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo."

A IGREJA É CATÓLICA:

QUE QUER DIZER «CATÓLICA»?

(830) A palavra «católico» significa «universal» no sentido de «segundo a totalidade» ou «segundo a integridade».

A IGREJA É APOSTÓLICA:

(857) A Igreja é apostólica, porque está fundada sobre os Apóstolos. E isso em três sentidos:

– foi e continua a ser construída sobre o «alicerce dos Apóstolos» (Ef 2, 20 (368)), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo (369);

– guarda e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, a doutrina (370), o bom depósito, as sãs palavras recebidas dos Apóstolos (371);

– continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos Apóstolos até ao regresso de Cristo, graças àqueles que lhes sucedem no ofício pastoral:  o nosso querido e amado PAPA «assistido pelo colégio dos bispos, e pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja» a quem toda a igreja deve obediência.

AGORA QUE ENTENDEMOS UM POUCO DA IDENTIDADE DA IGREJA CATÓLICA, VAMOS VER A QUESTÃO DA UNIDADE DAS IGREJAS CRISTÃS.


ECUMENISMO



HISTÓRICO:

No mundo grego, ECUMENISMO significava "terra habitada", e tinha o sentido de "povo civilizado", de cultura aberta, tanto com uma perspectiva geográfica, como de civilização. Com as conquistas do Império Romano, o termo ganha mais uma conotação, a conotação política.

Já no cristianismo, a palavra é utilizada numa perspectiva espiritual: a "terra habitada" passa a ser considerada obra de Deus, tornada habitável pela colaboração humana. Assim, assume a conotação de uma tarefa a realizar.

No ano de 381, o Concílio de Constantinopla refere-se ao Concílio de Nicea, como Concílio ecumênico. Neste contexto, a palavra ecumênico refere-se tanto à reunião de pessoas de distintos lugares, quanto à doutrina  e costumes eclesiásticos aceitos como norma para toda a Igreja Católica.

Após o Império Romano, o termo ecumenismo deixa de ter a conotação política e passa a ser utilizado na Igreja. Por exemplo, o Credo Niceno-Constantinopolitano é considerado ecumênico por ser a profissão de fé aceita por todos os cristãos .

A partir dos movimentos Fé, Constituição, Vida e Ação, o termo ecumenismo espalhou-se nos ambientes eclesiais como o relacionamento entre as igrejas cristãs divididas, na direção de superar as divergências teológicas, de aproximar os cristãos das diversas denominações e cooperar com a paz mundial .

A Igreja Católica incorpora oficialmente o movimento ecumênico a partir de 1960, quando o papa João XXIII criou o Secretariado Romano para a Unidade dos Cristãos. Este organismo participou ativamente no assessoramento ao papa e aos bispos durante o Concílio Vaticano II, além de ajudar os padres conciliares na elaboração do decreto Unitatis Redintegratio de 1964, do Papa Paulo VI.

Este decreto define o movimento ecumênico como uma graça do Espírito Santo, considera que o caráter ecumênico é essencialmente espiritual e estabelece que o olhar da Igreja Católica é dirigido às igrejas separadas do Catolicismo: as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Protestantes .

O Papa Paulo VI instituiu diversos grupos de trabalho na linha do diálogo inter-religioso: o Secretariado para os Não-Cristãos, a Comissão para o Diálogo com os Judeus e o Secretariado para os Não-Crentes .

Do ponto de vista institucional, o Secretariado para a Unidade dos Cristãos estabeleceu o diálogo sobre a doutrina com outras igrejas, assessorou as Conferências Episcopais pelo mundo no tema do ecumenismo. Foi responsável ainda pelos documentos Diretório Ecumênico (1967-1970) e A colaboração ecumênica em nível regional, nacional e local (1975).

A natureza do movimento ecumênico é promover a restauração da unidade entre todos os cristãos, como foi um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja.

Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura.

Participam dele os que invocam Deus Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador não só individualmente mas também reunidos em assembléias. Cada qual afirma que o grupo onde ouviu o Evangelho é Igreja sua e de Deus. Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a uma Igreja de Deus una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao mundo inteiro, a fim de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para a glória de Deus.(Decreto Unitatis Redintegratio - Papa Paulo VI de 21.11.1964).

Já mais recente, o nosso querido e santo Papa João Paulo II, exortou a Unidade dos Cristãos na mesma fé em Jesus Cristo, através da Encíclica “Ut Unum Sint” (Que todos sejam um). Esta Encíclica e as suas próprias ações no sentido da unidade dos cristãos, reforçou em muito um movimento existente no Brasil, desde 1982, chamado de CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.

 São Igrejas membros do CONIC:

- a nossa querida Igreja Católica Apostólica Romana;

- a Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil;

- a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil;  

- a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil;

- a Igreja Cristã Reformada;

- a Igreja Presbiteriana Unida e,                           

- a Igreja Metodista.


A própria Campanha da Fraternidade do ano de 2010, foi ecumênica, com a participação das Igrejas membros do CONIC.

Embora buscando a Unidade, existem diferenças importantes entre as doutrinas das igrejas cristãs, verdadeiras e históricas, tais como na própria liturgia, em relação aos sacramentos, etc, que precisam ser muito bem estudadas. Mas, existe um vínculo importante que une as igrejas cristãs (verdadeiras e históricas), que é o BATISMO.




O VÍNCULO SACRAMENTAL DA UNIDADE DOS CRISTÃOS:


(1271) O BATISMO constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos, mesmo com aqueles que ainda não estão em plena comunhão com a Igreja Católica: «Pois aqueles que crêem em Cristo e foram devidamente batizados, estão numa certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja Católica justificados no Batismo pela fé, são incorporados em Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja Católica como irmãos no Senhor» (78).

«O Batismo, pois, constitui o vínculo sacramental da unidade vigente entre todos os que por ele foram regenerados» (79).

BATISMO: UMA MARCA ESPIRITUAL INDELÉVEL DA PERTENÇA A CRISTO
                                                                                      
(1272) Incorporado em Cristo pelo Batismo, o batizado é configurado com Cristo (80). O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével («caractere») da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação (81). Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido.

(1273) Incorporados na Igreja pelo Batismo, os fiéis receberam o caráter sacramental que os consagra para o culto religioso cristão (82). O selo batismal capacita e compromete os cristãos a servir a Deus mediante uma participação viva na santa liturgia da Igreja, e a exercer o seu sacerdócio batismal pelo testemunho duma vida santa e duma caridade eficaz  (83).

(1274) O «selo do Senhor» («dominicus character») (84) é o selo com que o Espírito Santo nos marcou «para o dia da redenção» (Ef 4, 30) (85). «O Batismo é, efetivamente, o selo da vida eterna» (86). O fiel que tiver «guardado o selo» até ao fim, quer dizer, que tiver permanecido fiel às exigências do seu Batismo, poderá partir «marcado pelo sinal da fé» (87), com a fé do seu Batismo, na expectativa da visão bem-aventurada de Deus – consumação da fé – e na esperança da ressurreição.



BATISMO EM OUTRAS RELIGIÕES CRISTÃS ACEITOS OU NÃO PELA IGREJA CATÓLICA:

Lendo o Código de Direito Canônico publicado em língua portuguesa pela ed. Loyola, encontramos uma nota de rodapé referente ao cân. 869, que aborda os casos aceitos de rebatismo. É o que transcrevemos a seguir:

  • “[...]
 A. Diversas Igrejas batizam, sem dúvida, validamente; por esta razão, um cristão batizado numa delas não pode ser normalmente rebatizado, nem sequer sob condição. Essas Igrejas são:

a) Igrejas Orientais (“Ortodoxas”, que não estão em comunhão plena com a Igreja católico-romana, das quais, pelo menos, seis se encontram presentes no Brasil);

b) Igreja vétero-católica;

c) Igreja Episcopal do Brasil (“Anglicanos”);

d) Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB);

e) Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);

f) Igreja Metodista.

  • B. Há diversas Igrejas nas quais, embora não se justifique nenhuma reserva quanto ao rito batismal prescrito, contudo, devido à concepção teológica que têm do batismo. 
 – p.ex., que o batismo não justifica e, por isso, não é tão necessário -, alguns de seus pastores, segundo parece, não manifestam sempre urgência em batizar seus fiéis ou em seguir exatamente o rito batismal prescrito: também nesses casos, quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se pode rebatizar, nem sob condição. Essas Igrejas são:

a) Igrejas presbiterianas;

b) Igrejas batistas;

c) Igrejas congregacionalistas;

d) Igrejas adventistas;

e) a maioria das Igrejas pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Pentecostal “O Brasil para Cristo”);

f. Exército da Salvação (este grupo não costuma batizar, mas quando o faz, realiza-o de modo válido quanto ao rito).
  
  • C. Há Igrejas de cujo batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa razão, requer-se, como norma geral, a administração de um novo batismo, sob condição. Essas Igrejas são: 
a) Igreja Pentecostal Unida do Brasil (esta Igreja batiza apenas “em nome do Senhor Jesus”, e não em nome da Santíssima Trindade);

b) “Igrejas Brasileiras” (embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à matéria ou à forma empregadas pelas “Igrejas Brasileiras”, contudo, pode-se e deve-se duvidar da intenção de seus ministros; conforme Comunicado Mensal da CNBB, setembro de 1973, p. 1227, c, nº 4; cf. também, no Guia Ecumênico, o verbete “Brasileiras, Igrejas”);

c) Mórmons (negam a divindade de Cristo, no sentido autêntico e, consequentemente, o seu papel redentor).
  
  • D. Com certeza, batizam invalidamente:
a) Testemunhas de Jeová (negam a fé na Trindade);



b) Ciência Cristã (o rito que pratica, sob o nome de batismo, tem matéria e forma certamente inválidas. Algo semelhante se pode dizer de certos ritos que, sob o nome de batismo, são praticados por alguns grupos religiosos não-cristãos, como a Umbanda).”



PERIGOS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO QUE SEJA ECUMENISMO:

Ecumenismo, não significa que a Igreja Católica vá deixar de lado a sua doutrina e assumir outras; mas sim trabalhar para que tudo o que existe em comum dentro das diversas Igrejas Cristãs, verdadeiras e históricas, possa ser usado pelo bem da propagação do Evangelho de Jesus Cristo, pelo mundo.

É  preciso entender que o Ecumenismo é  com as igrejas cristãs, aquelas abertas ao diálogo, como a Igreja Ortodoxa do oriente, a Anglicana da Inglaterra, e as  tradicionais, históricas, derivadas do protestantismo; mas não com as seitas, às quais o Papa se referiu aos bispos como “uma ameaça para a Igreja Católica” na América. Ele disse aos nossos bispos, falando dos perigos de um falso ecumenismo ou de uma falsa inculturação.

 “Com efeito, no campo da inculturação como no do ecumenismo, nota-se uma certa facilidade com que  a busca do entendimento, do acolhimento ou da simpatia com outros grupos  ou confissões religiosas têm levado a sérias mutilações na expressão clara do mistério da fé católica, na oração litúrgica, ou a concessões indevidas quanto às exigências objetivas da moral católica.

Ecumenismo não é irenismo (cf.UR, 4 e10).  Não se trata de buscar a unidade a qualquer preço”. (g.m.) 

“Este diálogo [ecumênico], que somente tem sentido se for uma busca sincera da verdade, poderá nos pedir que deixemos de lado elementos secundários que poderiam constituir um obstáculo de ordem psicológica para nossos irmãos de distintas denominações religiosas. Mas nunca será verdadeiro, autêntico, se implicar na mais mínima mutilação duma verdade da fé, no abandono da legítima expressão da piedade tradicional do povo cristão ou no enfraquecimento das exigências de séculos da disciplina eclesiástica ou das  veneráveis  tradições litúrgicas do Oriente, da Igreja Romana e outras igrejas do Ocidente”. 

SITUAÇÕES INCORRETAS:

Em 1981, a Santa Sé, através da Sagrada Congregação dos Ritos, proibiu a chamada missa dos Quilombos e todas as formas de missas dedicadas às minorias; para que a Missa, Sacrifício de Cristo oferecido ao Pai, não sofresse qualquer manipulação ou conotação política. Há celebrações de “missa afro, missa do caboclo, etc”.

Como disse D. Estevão Bettencourt, essas celebrações são mais “festejos folclóricos do nosso povo, associado a Carnaval e a cultos não cristãos” (Revista Pergunte e Responderemos, n.403/1995, p.32ss).
No mesmo artigo D.Estevão afirma que “nos últimos tempos algumas paróquias do Brasil têm apresentado aos fiéis o espetáculo de Missa com instrumentos musicais, cantos, gestos e símbolos que lembram fortemente o folclore popular ou mesmo o Candomblé, a Umbanda, o Carnaval… que contrariam as instruções oficiais da Santa Sé”. 

Para dar um exemplo disso, basta dizer que no 9° Encontro das Comunidades Eclesiais de Base em São Luiz do Maranhão, em julho de 1997, no encerramento do Encontro foi divulgada A Carta de S.Luiz, onde se lê que “lado a lado estavam, o arcebispo, o pastor evangélico, a mãe de santo e o pagé indígena – todos orando juntos…”  

Fato mais triste ainda, foi a Parábola de autoria de Frei Carlos Mesters, publicada no Boletim de preparação do citado Encontro das Cebs. Nela, Jesus é apresentado um em terreiro de Candomblé, chamando a mãe de santo de “Mãe” (como se fosse Maria), colocando-se na fila para receber “passes”, dançando, invocando “orixás”, e outras coisas inacreditáveis, além de afirmar que “ali está o Reino de Deus”.

Existiu um caso recente no Rio de janeiro, quando do batismo, em casa, do filho de uma apresentadora de programas de TV, onde estavam um padre, um pastor e um Pai de Santo e o garoto foi batizado nas três denominações.



Tudo isso nos parece uma grande profanação à Pessoa de Jesus. Em artigo na revista PR (n.423, agosto de 97), D. Estevão Bettencourt, classificou a Parábola de Carlos Mesters, como Blasfêmica.



CONCLUSÃO:

o devemos sair por aí, achando que devemos aceitar todas as seitas que apareçam na nossa frente e os seus ritos, pois existem milhares de seitas por aí, que não são igrejas reconhecidas, não são históricas, não têm uma unidade e nem uma doutrina verdadeira.

São igrejas/seitas particulares, fundadas por qualquer um e cujo culto fica ao bel prazer da pessoa que está a frente, seu fundador, e que prega o que lhe dá na imaginação, ou pelo seu entendimento pessoal das Sagradas Escrituras.

O importante é saber que a única igreja instituída por Jesus Cristo, foi a Igreja Católica, Apostólica Romana.

As demais igrejas históricas cristãs, foram  normalmente fundadas por dissidentes da igreja católica, como foi o caso da igreja protestante (fundada por Martim Lutero) ou a Anglicana (fundada pelo rei Henrique VIII).

No caso dessas igrejas históricas, cristãs, devemos respeitar e dialogar com elas, mas sem perdermos a nossa identidade de igreja católica e sem descaracterizar a nossa doutrina.

No  caso das seitas espíritas, como o candomblé, aí então, não deve haver nenhuma tentativa de aproximação litúrgica ou doutrinária. Devemos respeitar quem segue essa seita, como um ser humano que tem direito de optar pelo que quiser seguir, e só. 

Fontes: Código de Direito Canônico, Catecismo da Igreja Católica, Wikipédia, Blog: Alicerçando a Fé, Blog do Professor Felipe Aquino (Canção Nova), Blog Carmadélio (Comunidade Shalom).