APRESENTAÇÃO

Prezados amigos e amigas,

Em primeiro lugar sejam muito bem-vindos ao nosso blog.

Essa nossa iniciativa tem por finalidade ser um canal de comunicação com todos aqueles que se interessarem e quiserem trocar idéias sobre diversos assuntos ligados à nossa querida Igreja Católica (sua doutrina, assuntos polêmicos, estudo e formação etc).
Vamos juntos alicerçar a nossa fé, naquele que é " O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Fiquem com a Paz de Jesus Cristo e o Amor de Nossa Senhora.

Um grande abraço a todos.

José Vicente Ucha Campos
Contato: jvucampos@gmail.com

domingo, 27 de novembro de 2011

ANJOS

P: Quem são os Anjos?
R:
A Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, aos seres espirituais, não-corporais, que foram criados por Deus para uma missão específica. Isso é uma verdade de fé. O Testemunho da Escritura a esse respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição.

No Catecismo da Igreja Católica - CIC vemos: Sto. Agostinho diz a respeito deles: “Angelus officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen huius naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est; quaeris officium, angelus est, ex eo quod est, spiritus est, ex eo quod agit, angelus – Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz.”


Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra.” (Sl 103,20).


Como criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor de sua glória.


Continua o CIC: Cristo é o centro do mundo angélico. São seus os anjos: “Quando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos...” (Mt 25,31). São seus porque foram criados por e para Ele: “Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele.” (Cl 1,16). São seus, mais ainda, porque Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. “Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14).


Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao designo divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre; protegem Lot; salvam Agar e seu filho; seguram a mão de Abraão; comunicam a lei por seu ministério; conduzem o povo de Deus; anunciam nascimentos e vocações; assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.


Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço os anjos. Quando Deus “introduziu o Primogênito no mundo, disse: ‘Adorem-no todos os anjos de Deus’” (Hb 1,6).


Do mesmo modo, a vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos. Em sua Liturgia, a Igreja se associa aos anjos para adorar o Deus três vezes Santo; ela invoca a sua assistência (assim em In Paradisum deducant te Angeli... – Para o Paraíso te levem os anjos, da Liturgia dos defuntos; ou ainda, no “hino querubínico” da Liturgia Bizantina).


Desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção dos anjos e por sua intercessão. Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos a Deus.
Com relação a hierarquia angelical, o primeiro estudioso profundo das estruturas dos anjos foi São Tomás de Aquino. Este, para melhor entendimento destes seres, dividiu este estudo em três grandes blocos ou ordens, subdivididas nos chamados coros:



1ª Hierarquia (Os anjos mais próximos de Deus – desempenham suas funções diante do Pai).


Serafim (Is 6,2) A ordem dos Serafins é considerada a mais elevada dos servidores angélicos. Eles circundam o trono sagrado e celebram com canções e adoração sendo sentidos por todos através do coração. Dizem que a canção dos serafins são cantos de criação e celebração. A música das esferas. Refletem a imagem mais perfeita do amor de Deus.


Querubim (Ez 10,3) São conhecidos como os guardadores dos registro sagrados e ajudam para que o plano divino seja cumprido. Dizem que são os guardiões da luz e das estrelas. Refletem a Sabedoria de Deus.


Tronos De acordo com o Velho Testamento, durante uma tempestade o profeta Ezequiel teve uma visão: uma carruagem gloriosa vinda do norte, com quatro figuras humanas cada qual com quatro faces asas e arcos. Eles eram acompanhados de quatro aros, as bordas cobertas de olhos. As rodas de fogo que Ezequiel viu foram os tronos, a terceira ordem divina dos anjos. Muitos dizem que os tronos são os anjos da guarda do planeta. Compreendem o juízo de Deus.


2ª Hierarquia (Príncipes da Corte Celestial – operam junto aos governos gerais do universo)


Domínios Também descritos como Dominações, são os executivos, os governantes de todos os grupos angelicais situados além deles. Os domínios decidem o que deve ser feito para cumprir a vontade divina, incluindo as obrigações cotidianas. Tudo fazem para que o universo continue a sua trajetória habitual embora recebam ordens dos Querubins e raramente entrem em contato com pessoas, ainda assim estão ligados à nossa realidade. Governam os próprios anjos.


Virtudes Tem a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as virtudes derramam bênçãos do alto, freqüentemente na forma de milagres. Conhecidos como os brilhantes, as virtudes são sempre associadas com os heróis e aqueles que lutaram em nome de Deus e da Verdade. São chamadas quando se necessita de coragem. Executam as ordens das Dominações.


Potestades São os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da história coletiva. Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. Provavelmente foram os primeiros anjos criados por Deus em ordem de ocupar os confins das regiões entre o primeiro e o segundo céus. Como guardas celestiais seu caminho é vigiar uma possível infiltração diabólica. Eles lutam para manter o equilíbrio do universo. Lutam contra os espíritos maus.


3ª.Hierarquia (Anjos ministrantes – encarregados dos caminhos das nações e dos homens)


Principados Anjos integradores, encarregados das nações e das grandes cidades. Essa ordem também protege os espíritos do bem contra o ciúme dos espíritos do mal.


Arcanjos Os mais conhecidos são Gabriel, Miguel, Rafael. De acordo com Dionísio, os arcanjos são os mensageiros que trazem a palavra divina. Considerados os mais importantes intermediários entre os mortais e Deus.O seu dia é celebrado em 29 de setembro.


Anjos Estão mais próximos da humanidade e mais preocupados com as nossas questões. Mensageiros de Deus, cuidam do coração dos homens.


São diversas as passagens bíblicas que fazem menção aos anjos. Eis algumas: Gn 3,24; 18,2; 19,1; 31,11 – Jz 2,1; 13,6 – Tb 12,12 – Sl 90,11 – Dn 8,15; 9,21 – Mt 16,27; 18,10 – Lc 1,11; 1,26; 2,10 – At 5,19; 27,23-24 – Gl 3,19 – Cl 1,16 – Hb 1,1; 1,14; 2,5 – Ap 5,11; 7,11-12.


Alguns anjos especiais, têm um papel muito importante em nossas vidas particulares. São os Anjos da Guarda. São criaturas especiais, que pela grande bondade e amor de Deus por cada um de nós em particular, nos é confiado por Deus, desde o nosso nascimento. Assim, desde que uma criança nasce, no momento do parto, por determinação Divina, o Anjo da Guarda daquele novo ser assume o seu posto de guardião e jamais se afasta, até o retorno da sua Alma à eternidade.

É importante realçar esta realidade: sempre que nasce uma criatura na Terra, o Criador providencia o nascimento de seu Anjo da Guarda no Céu.


Então, significa dizer que cada Anjo Custódio é específico, ou seja, é feito especialmente para uma pessoa.


O Santo Anjo da Guarda tem uma missão insubstituível ao longo da existência. Embora sempre silencioso e oculto, inspira a prática das boas intenções e boas obras; ilumina o espírito na busca da verdade, para que a mente não se afaste da doutrina correta; insinua sugestões a problemas de difícil solução; conduz as pessoas a cultivarem santos ideais, com o objetivo maior de dilatar cada vez mais o reino de Deus; estimula a prática da fidelidade, da justiça e do amor fraterno, zelando e orientando as pessoas pelo caminho da salvação eterna.


Por sua natureza Angélica espiritual, o Santo Anjo da Guarda é bonito, formoso, cativante e delicado, porque é uma emanação da beleza e das virtudes do Criador. A beleza Angélica está relacionada diretamente com as virtudes, dons e prerrogativas que o Anjo recebeu do Senhor.


São Bernardo de Claraval resume em três atitudes o comportamento que as pessoas devem ter em relação ao Santo Anjo da Guarda:


- Atitude de RespeitoPorque é um ser mais perfeito e mais digno do que nós.

- Atitude de Confiança para confidenciar-lhe as dificuldades e pedir-lhe ajuda, luzes e disposição para cumprirmos a missão da vida.

- Atitude de Amor, Devoção e Gratidão, a fim de que sejamos dóceis às suas inspirações, porque na realidade são inspirações de Deus. Ter confiança nas iniciativas dele e agradecer ao Santo Anjo da Guarda a preciosa e benéfica intercessão junto ao Criador.

Por fim, nunca podemos nos esquecer que o Anjo da Guarda diariamente está diante da Face do Senhor. Então, verdadeiramente ele é um poderoso aliado se soubermos desfrutar de sua fiel e perseverante amizade.


"A função principal do Anjo da Guarda é iluminar-nos em relação à verdade e à boa doutrina. Mas sua proteção acarreta também muitos outros efeitos, tais como reprimir os demônios e impedir que nos sejam causados danos espirituais ou corporais". Eles "rezam por nós e oferecem nossas preces a Deus, tornando-as mais eficazes pela sua intercessão (Apoc. 8, 3; Tob. 12, 12), sugerem-nos bons pensamentos, incitando-nos a fazer o bem (At. 8, 26; 10, 3ss). Do mesmo modo, quando nos infligem penas medicinais para nos corrigir (2 Sam. 24, 16): e, mais importante que tudo, quando nos assistem na hora da morte, fortalecendo-nos contra os supremos assaltos do demônio".


Algumas almas muito eleitas, que conservaram intacta sua inocência e candura batismal ao longo da vida, por especial privilégio de Deus tiveram a dita de ver seu Anjo da Guarda. Assim sucedeu com São Geraldo Magela, Santa Francisca Romana, Santa Gema Galgani e outros Santos.


O desvelo do nosso Anjo da Guarda para conosco está bem expresso pelo Profeta Davi no Salmo 90: "O mal não virá sobre ti, e o flagelo não se aproximará da tua tenda. Porque mandou [Deus] os seus Anjos em teu favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles levar-te-ão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra" (Sl. 90, 10-12).


Evidentemente, todas essas maravilhas do mundo angélico deveriam levar-nos a um profundo amor, reverência e gratidão especialmente para com nosso Anjo da Guarda, evitando tudo aquilo que possa contristá-lo, como são nossos pecados. "Como te atreverias a fazer na presença dos Anjos aquilo que não farias estando eu diante de ti?", interpela-nos o grande São Bernardo.


E deveríamos fazer tudo o que sabemos poder alegrar o Anjo da Guarda, pois só assim estaremos trabalhando efetivamente para nossa própria santificação e salvação. O dia em que celebramos os Santos Anjos da Guarda é 02 de outubro.

Como já vimos, os Anjos são seres puramente espirituais, dotados de inteligência, vontade e livre arbítrio, elevados por Deus à ordem sobrenatural, isto é, chamados pela graça a participar na vida de Deus através da visão beatífica. Muitíssimo mais perfeitos que os homens, sua inteligência é inerrante e sua vontade imensamente poderosa. Como não têm dependência nenhuma da matéria, seu conhecimento é consideravelmente mais perfeito que o do homem; para eles, ver é já conhecer. E conhecer significa compreender a coisa em toda a profundidade de que são capazes, em sua substância, e sem possibilidade de erro.


Por isso, a prova, para eles, teve conseqüência imediata e irremediável. Pois seu querer é absoluto, sem volta atrás. Aquilo que querem, desejam-no para todo o sempre. Daí o fato de, após a prova, terem passado imediatamente à eternidade do Inferno (os demônios), como à do Céu (os anjos bons).
“A Igreja ensina que os anjos maus, tinham sido anteriormente bons, criados por Deus. Com efeito o diabo e outros demônios, foram por Deus, criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa.” A Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta “queda” consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e Seu Reino. É o caráter irrevogável de sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. “Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe para os homens após a morte.”


Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus.


Muitas pessoas, hoje em dia, não querem falar sobre este tema (Anjos), por temor de encontrar-se ante um conflito de consciência penoso e insolúvel: ou se aceita com a Igreja a existência destes seres misteriosos, o que valeria ser assinalado, desagradavelmente entre os antiquados, ou se declara francamente contra a existência dos Anjos, o que significa opor-se à fé da Igreja e ao sentido claro do Evangelho. Portanto, a muitos parece melhor ignorar este problema.

Ninguém pode amar o que não conhece. Assim é que, para a maioria dos cristãos, crer nos Anjos parece ser quase a mesma coisa que acreditar em Papai Noel. Porém recordemos algo que disse o Papa Pio XI: “Acercar-se deste mistério tão formoso, fascinante e magnífico do mundo grandioso dos espíritos puros, nos revela novas dimensões da sabedoria, onipotência, magnificência e Amor infinito de Deus”.


Se o homem moderno carece de conhecimento acerca da existência e do poder dos Anjos, não quer dizer que esta existência e este poder se vão eliminar, pelo contrário, o espírito humano se empobrece e debilita, se põe em grave perigo e se despoja de uma poderosa ajuda ao negar esta realidade.


Assim também o cristão, e a humanidade inteira, não ganha nada se faz como se não existissem estes seres invisíveis, amistosos, enviados por Deus para acompanhar o homem em todos os seus caminhos (Salmo 90), protegê-lo, defendê-lo e iluminá-lo.


Os anjos são mais um exemplo do grande amor que Deus tem por cada um de nós em particular.