APRESENTAÇÃO

Prezados amigos e amigas,

Em primeiro lugar sejam muito bem-vindos ao nosso blog.

Essa nossa iniciativa tem por finalidade ser um canal de comunicação com todos aqueles que se interessarem e quiserem trocar idéias sobre diversos assuntos ligados à nossa querida Igreja Católica (sua doutrina, assuntos polêmicos, estudo e formação etc).
Vamos juntos alicerçar a nossa fé, naquele que é " O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Fiquem com a Paz de Jesus Cristo e o Amor de Nossa Senhora.

Um grande abraço a todos.

José Vicente Ucha Campos
Contato: jvucampos@gmail.com

sábado, 1 de janeiro de 2011

PÁSCOA - TRÍDUO PASCAL

P: O que é o TRÍDUO PASCAL ?

R:  Dos ofícios litúrgicos mais belos e emocionantes de todo o ano, nenhum se compara à liturgia dos três últimos dias da Semana Santa: o Tríduo Pascal.

Fazendo-nos recordar os principais acontecimentos que marcaram os momentos finais de Nosso Senhor antes de sua gloriosa Ressurreição, a Igreja celebra entre a Quinta-feira Santa e o Sábado de Aleluia o centro da religião cristão mistério pascal de Jesus Cristo, de quem recebemos uma nova vida e de cujo lado trespassado brotam os sacramentos da Nova e eterna Aliança.

Vamos refletir sobre esses mistérios a partir dos textos da própria Liturgia da Páscoa.

Na QUINTA-FEIRA SANTA, dedicada à instituição da EUCARISTIA, do SACERDÓCIOe ao RITO DO LAVA-PÉS, a Igreja entoa com júbilo o hino Ubi caritas, alegre por saber que, onde está o amor, ali também está Deus.

Na missa, durante o Glória, todos os sinos da igreja devem dobrar. Só voltarão a ser escutados na proclamação do Glória na Vigília Pascal.

Após a homilia ocorre o ritual da lavagem dos pés pelo sacerdote, conforme Jesus o fez.

A missa termina com a transladação do Santíssimo Sacramento para um lugar menor. A Adoração Eucarística é recomendada, mas deve ser feita sem solenidades. Todos os altares da igreja ficam desnudos, exceto onde está o Santíssimo.

A cor litúrgica é o branco.

Na SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO, consagrada à Redenção do mundo, é o nosso Salvador quem nos repreende e indaga por meio dos “impropérios”: “Povo meu, que te fiz eu?”, aos quais a Igreja toda responde: “Deus santo, Deus imortal, tende piedade de nós”.

Relembra a Paixão e crucificação de Jesus. Em lugar da Missa, tem-se outra celebração litúrgica, a CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO.

As imagens dos santos e crucifixos devem estar encobertos e suas respectivas luzes apagadas, conforme a Tradição local.

A cor litúrgica é o vermelho, porém em algumas paróquias se utiliza o preto, numa espécie de luto.

Sexta-feira Santa é dia de Jejum e abstinência de carne. A Igreja pede ao seus filhos que se silenciem para relembrar a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Finalmente, no SÁBADO SANTO, dia em que toda a criação submerge na solidão e no silêncio, os fiéis prorrompem de alegria ante o anúncio de que o Senhor venceu a morte. Ele está vivo, ressuscitou verdadeiramente!

Não se celebram missas durante o dia, antes da celebração da VIGÍLIA PASCAL à noite;

É o dia onde se faz a lembrança de Jesus morto, onde se cultiva a esperança e perseverança;

A cor litúrgica é o branco.

SAIBA MAIS

A palavra tríduo na prática devocional católica sugere a idéia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um tríduo de preces de intercessão.

O tríduo pascal se considerava como três dias de preparação para a festa de Páscoa; compreendia a quinta-feira, a sexta-feira e o sábado da Semana Santa. Era um tríduo da paixão.

No novo calendário e nas normas litúrgicas para a Semana Santa, o enfoque é diferente. O tríduo se apresenta não como um tempo de preparação, mas sim como uma só coisa com a Páscoa. É um tríduo da paixão e ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal. Assim se expressa no calendário:

Cristo redimiu ao gênero humano e deu perfeita glória a Deus principalmente através de seu mistério pascal: morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. O tríduo pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, a culminação de todo o ano litúrgico.

Logo estabelece a duração exata do tríduo:

O tríduo começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, alcança seu cume na Vigília Pascal e se fecha com as vésperas do Domingo de Páscoa.

Esta unificação da celebração pascal é mais acorde com o espírito do Novo Testamento e com a tradição cristã primitiva. O mesmo Cristo, quando aludia a sua paixão e morte, nunca as dissociava de sua ressurreição. No evangelho da quarta-feira da segunda semana de quaresma (Mt 20,17-28) fala delas em conjunto: "O condenarão à morte e o entregarão aos gentis para que d'Ele façam escarnio, o açoitem e o crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará".

É significativo que os pais da Igreja, tanto Santo Ambrosio como Santo Agostinho, concebam o tríduo pascal como um todo que inclui o sofrimento do Jesus e também sua glorificação. O bispo de Milão, em um dos seus escritos, refere-se aos três Santos dias (triduum illud sacrum) como aos três dias nos quais sofreu, esteve no túmulo e ressuscitou, os três dias aos que se referiu quando disse: "Destruam este templo e em três dias o reedificaré". Santo Agostinho, em uma de suas cartas, refere-se a eles como "os três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".

Esses três dias, que começam com a missa vespertina da quinta-feira santa e concluem com a oração de vésperas do domingo de páscoa, formam uma unidade, e como tal devem ser considerados. Por conseguinte, a páscoa cristã consiste essencialmente em uma celebração de três dias, que compreende as partes sombrias e as facetas brilhantes do mistério salvífico de Cristo. As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da cena; juntos formam um tudo. Cada quadro é em si completo, mas deve ser visto em relação com os outros dois.

Interessa saber que tanto na sexta-feira como na sábado santo, oficialmente, não formam parte da quaresma. Segundo o novo calendário, a quaresma começa na quarta-feira de cinza e conclui na quinta-feira santa, excluindo a missa do jantar do Senhor 1. na sexta-feira e na sábado da semana Santa não são os últimos dois dias de quaresma, mas sim os primeiros dois dias do "sagrado tríduo".

Pensamentos para o tríduo

A unidade do mistério pascal tem algo importante que nos ensinar. Diz-nos que a dor não somente é seguida pelo gozo, senão que já o contém em si. Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Por exemplo, no último jantar disse a seus apóstolos: "Se entristecerão, mas sua tristeza se trocará em alegria" (Jn 16,20). Parece como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para forjar a alegria. A metáfora da mulher com dores de parto o expressa maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria "de que ao mundo lhe nasceu um homem".

Outras imagens vão à memória. Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: "Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto" (Jn 12,24).
A ressurreição é nossa páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à festa. O Senhor disse: "Você, pelo contrário, quando jejuar, unja-se a cabeça e se lave a cara" (MT 6,17). O jejum é o começo da festa.

O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal. A postura cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobre tudo na sua cruz, vemos seu valor redentor. O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no que podemos nos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.

Nossas vidas estão entretecidas de gozo e de dor. Fugir da dor e as penas a toda costa e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes erradas. O caminho cristão é o caminho iluminado pelos ensinos e exemplos do Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perder-se por Cristo, é vida que brota da morte. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir em nossas vidas.