APRESENTAÇÃO

Prezados amigos e amigas,

Em primeiro lugar sejam muito bem-vindos ao nosso blog.

Essa nossa iniciativa tem por finalidade ser um canal de comunicação com todos aqueles que se interessarem e quiserem trocar idéias sobre diversos assuntos ligados à nossa querida Igreja Católica (sua doutrina, assuntos polêmicos, estudo e formação etc).
Vamos juntos alicerçar a nossa fé, naquele que é " O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Fiquem com a Paz de Jesus Cristo e o Amor de Nossa Senhora.

Um grande abraço a todos.

José Vicente Ucha Campos
Contato: jvucampos@gmail.com

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CRIAÇÃO DO MUNDO

P: Como é possível que Deus tenha criado o universo em seis dias?


R: Quando lemos os primeiros capítulos do livro de Gênesis, o que esperamos? A fé e a ciência se interessam pelos mesmos temas, mas segundo perspectivas diversas: a ciência se interessa pelo “como” os fenômenos acontecem, a  pelo sentido e pelo “porquê”. É possível que pensemos que existam oposições entre as duas? Pensamos que a busca científica seja um obstáculo para a vida de , ou que a fé limita a ciência? Concordamos com a afirmação de Wittgenstein: “Sentimos que, mesmo depois que todas as proposições ou perguntas científicas tenham encontrado uma resposta, os nossos problemas vitais não terão sido ainda tocados”. A evolução de Darwin e a teoria do Big Bang constituíram no passado um desafio para a Doutrina daIgreja. Hoje, tais hipóteses científicas são comumente aceitáveis e ninguém lê mais o texto de Gênesis 1, mas busca ali uma história de salvação.

criação é coisa de Deus, primeiro tempo em que se manifesta a ação divina. A vida em meio à criação deve ser uma liturgia contínua, uma ação de graças através do tempo. A criação é um ato de potência, beleza e harmonia. O protagonista de “Idiota”, de Dostoiévski, príncipe Míchkin, não responde explicitamente, mas suas atitudes deixam perceber que a beleza que salvará o mundo é o amor que compartilha a dor. O termo hebraico tob, usado em Gênesis 1, indica tanto “belo” quanto “bom”. 

Por que os judeus na história da criação falam de sete dias? Na Babilônia os judeus tinham contato com as tradições religiosas daquele povo, os quais tinham como figura principal o deus daquela cidade, Marduk. Em honra àquele deus, para fazer festa no novo ano, compuseram um poema, que cantando os louvores de Marduk, conta a origem do mundo. Este poema nasceu como Enuma elish, e conta que as origens do mundo foram a luta de duas divindades primordiais, uma masculina e outra feminina, que foi a mãe dos outros deuses. Ao fim desta luta, Marduk derrota sua mãe e a divide em duas, construindo com as duas metades da deusa o firmamento e a terra. Após esta batalha os deuses decidiram criar o homem, que foi feito modelando do barro misturado com o sangue de um deus rebelde. O homem é mistura de humano e divino, é criado para ser escravo dos deuses.

Os sacerdotes judeus sentem o dever de responder a esta visão do mundo e criam assim a história de Gênesis 1,1-2,4a, na qual o Deus de Israel cria sozinho, e não deve combater contra ninguém para criar o mundo. O homem é criado como ser livre, e não como escravo dos deuses. Deus não cria por necessidade, mas por amor; é um texto de grande esperança. O texto usa a mesma linguagem dos babilônicos, a linguagem do mito.

A presença do número sete é recorrente: sete dias, o primeiro versículo composto por sete palavras, o versículo 2 por 14 (7x2), o termo “Deus”, se encontra 35 vezes (7x5), a expressão “céu e terra”, 21 vezes (7x3). Por sete vezes o verbo “criar”. Ou seja, o esquema setenário, sete dias, é usado pelos sacerdotes para expressar a plenitude da criação que tem o vértice na criação do homem, o sexto dia (“era muito bom”), e no sétimo dia, o repouso de Deus, do qual o homem participa lembrando que o primado de cada obra e atividade é de Deus.
Por: Padre Francesco Carensi, professor de Sagrada Escritura

Fonte: Aleteia